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Métodos e Validadores de Acessibilidade Web.

Marco Antonio de Queiroz (MAQ).

Metodologia de Validação de Acessibilidade.

A validação da acessibilidade de uma página deve ser feita por meio de ferramentas automáticas e de revisão direta. Os métodos automáticos são geralmente rápidos, mas não são capazes de identificar todas as nuances da acessibilidade. A avaliação humana deve ajudar a garantir a clareza da linguagem, a boa utilização dos equivalentes textuais e a facilidade da navegação (usabilidade), por exemplo.

Os importantes itens do método de validação que se seguem são abordados com mais profundidade na seção de validação do documento de técnicas do WCAG 1.0 Site Externo., e são:

  1. Utilizar uma ferramenta de acessibilidade automatizada (lista de avaliadores de acessibilidade web no próximo tópico). Note-se que essas ferramentass não incidem sobre todas as questões da acessibilidade, como seja a clareza de um texto, a aplicabilidade de um equivalente textual, etc. Assim, tais ferramentas são apenas um dos 11 pontos dessa metodologia. Não adianta estar "zero erro" nessas ferramentas se o resto da metodologia não for aplicada.
  2. Validar a sintaxe (por ex.: HTML, XML, etc., em: Validador HTML do W3CSite Externo.). Os erros de código (X)HTML podem gerar lerdeza no downloading da página, fuga dos padrões web necessários às tecnologias assistivas, erros na semântica e renderização da página
  3. Validar as folhas de estilo (por ex.: CSS, valide em: Validador Css do W3C Site Externo.). Os erros de código CSS podem gerar fuga dos padrões web necessários e erros na apresentação da página.
  4. Utilizar um Analizador de Contraste de Cores. Site Externo. para garantir a boa visibilidade da página, inclusive por pessoas de baixa visão e dautônicas. Site Externo.
  5. Utilizar um navegador só de texto (Lynx ou Webvox) ou um emulador. Esses tipos de navegadores e simuladores, não deixam carregar Javascripts e imagens e a maior parte de seus usuários utilizam a navegação via teclado. Torna-se assim, um teste básico para se saber se o código (X)HTML da página está independente e funcional.
  6. Utilizar vários navegadores gráficos, com:
    1. o som e as imagens ativos;
    2. desativando as imagens no navegador: isso deixa com que as descrições colocadas no atributo ALT se tornem aparentes, podendo-se averiguar se estão adequadas;
    3. sem som: pode-se averiguar se a ausência do som na página altera a qualidade da informação e navegabilidade (no caso de um podcast, torna-se adequado que haja o equivalente textual do mesmo);
    4. sem mouse - pode-se averiguar se a navegação via teclado está adequada;
    5. sem carregar frames, programas interpretáveis, folhas de estilo ou applets. Isso significa que pode-se navegar pelo conteúdo com independência da apresentação (CSS) e camadas de comportamento (scripts e outros);
  7. Utilizar vários navegadores, antigos e recentes.
  8. Utilizar um leitor de tela, software de ampliação de tela, uma tela de pequenas dimensões (celular), etc.
  9. Utilizar corretores ortográficos e gramaticais. Uma pessoa que, para ler uma página, se sirva de um sintetizador de voz, pode não ser capaz de decifrar a melhor aproximação do sintetizador a uma palavra que contém um erro de ortografia. A eliminação dos problemas gramaticais aumenta o grau de compreensão da página.
  10. Rever o documento, verificando-lhe a clareza e a simplicidade. O ideal é pedir a um revisor literário experiente (Web Writing) que reveja o conteúdo escrito e avalie a clareza da redação. Não possuindo este recurso, procure com que outra pessoa leia a página averiguando se esta está bem compreensível.
  11. Peça a pessoas com deficiências que revejam os documentos. Estes usuários, com ou sem experiência, são uma fonte inestimável de informações sobre o estado dos documentos, no que diz respeito ao seu grau de acessibilidade e de facilidade de utilização.

Avaliadores de Acessibilidade - Validadores Automáticos.

Os avaliadores ou validadores de acessibilidade, são ferramentas automáticas que fazem uma pesquisa no código de uma página emitindo relatórios onde indicam os erros de acessibilidade segundo as prioridades sugeridas nas Diretrizes para a Acessibilidade dos Conteúdos da Web - 1.0 Site Externo.

O número de avisos em relatórios de acessibilidade normalmente supera em muito a quantidade de erros listados. Isso ocorre em razão da capacidade limitada das regras que podem ser testadas automaticamente por esses softwares.

Existem diferenças relevantes entre as ferramentas de avaliação de acessibilidade, principalmente na sua aderência aos Web Standards (padrões Web), portanto, para obter um bom resultado, é mais garantido testarmos em mais de um desses softwares.

É também bom lembrar que a metodologia para se fazer uma boa acessibilidade numa página não se resume na aprovação desses avaliadores automáticos, eles são tão somente referência para se chegar a uma boa acessibilidade, para descobrirmos erros muitas vezes imperceptíveis numa avaliação manual. Uma avaliação também só feita por pessoas com deficiência, incorre no erro da página ficar acessível somente àquela deficiência, ou à tecnologia assistiva que ela esteja utilizando. Acessibilidade é se fazer algo o mais universal possível, para todas as pessoas com deficiência, para todos os tipos de acesso (rápidos ou lentos, banda larga ou discado) e para todos os tipos de dispositivos (laptops, celulares, de tecnologias assistivas, etc.).

Aqui estão os avaliadores mais conhecidos e utilizados:

  • Hera (em português) Site Externo. Parece ser, atualmente, o mais completo e inteligente dos validadores.
  • Examinator (em português) Site Externo. Excelente como o Hera, produz um incentivo didático de dar uma nota avaliadora da acessibilidade. O profissional se constrange em produzir uma página com uma nota baixa. Além disso, possui um relatório qualitativo ensinando como produzir a acessibilidade que falta e dando os parabéns para os itens de acessibilidade já existentes na página.
  • Cynthia Says Site Externo. - possui um relatório não tão simples de ser entendido para seus novos usuários, mas também bem conhecido e utilizado internacionalmente.
  • DaSilva (em português) Site Externo. Possui versão para a avaliação segundo as diretrizes brasileiras de acessibilidade do governo Eletrônico - EMAG, mas tem também a possibilidade de uma avaliação segundo o W3C, baseado no WCAG, que pode ser interessante para as pessoas que estejam iniciando no entendimento de como se faz acessibilidade. Não é, no entanto, um avaliador de excelência.
  • Lista completa de avaliadores de acessibilidade cadastrados no W3C/WAI (em inglês) - www.w3.org/WAI/ER/tools/complete

* Baseado no ( Web Contents Accessibility Guidelines 1.0 Diretrizes para a Acessibilidade dos Conteúdos da Web - 1.0 Site Externo.).
Nota do autor: as Diretrizes Irlandesas de Acessibilidade na WEB são também uma excelente fonte de estudo e aprendizagem no desenvolvimento de páginas acessíveis na internet.

Disponibilizado em: 04/04/2008.